Estilo não se cria, ele se manifesta. Eu sempre citei as características das cervejas, com seus quatro ingredientes básicos, e assim apontei a eminência do primeiro estilo brasileiro ser catalogado vir do que tínhamos no Brasil: frutas e especiarias. Deixarei no rodapé deste artigo, o link para o outro, escrito meses antes da catalogação da Catharina Sour no BJCP.
Mas serei repetitivo aqui para alguns novos leitores. O Brasil não é autossuficiente em malte, lúpulo ou levedura, apenas somos em água, o que é primordial, pois gasta-se em média de 8 a 12 litros de água para cada litro de cerveja produzida. Há uma frase que não consigo agora indicar o autor que diz que “Cerveja (negócio) é deslocamento de água.” Concordo.
As cervejas por serem produzidas com ingredientes que provém da natureza, os cereais, flores de lúpulos e leveduras, unidos em água são por assim dizer o reflexo da natureza com a criatividade do Homem. O Brasil, com suas dimensões continentais, quatro fusos horários e com diversidade em fauna e flora, seja por sua geografia ou clima, possui uma vasta capacidade de cultivar o que se pensar, frutas, vegetais, flores e etc. Há outro dito, este popular, em que se diz que “No Brasil, se plantando, tudo dá”.
As cervejas ácidas foram muito receptivas com as frutas. Muitas brasileiras nativas que se adaptaram ainda melhor que outras frutas trazidas de fora. Porém não há mais segregação do que é nativo ou não, pois todas as frutas são bem-vindas nas cervejas. O que as cervejarias fizeram, foi observar o hiato de um estilo que tivesse essa catalogação de fruta/especiaria com acidez. Houve uma organização, de produtores para consumidores, e o estilo se MANIFESTOU. Ninguém inventou nada, nem preteriu.
Soma-se a natureza, à criatividade dos cervejeiros, sempre inquietos que somos. E ainda há o elo mais importante: a receptividade dos brasileiros por novos sabores.
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Particularmente somos muito felizes com estas cervejas. Já as premiamos em concursos nacionais e internacionais, e com frutas nativas como Jabuticaba, Butiá, Uva Goethe e Guaraná ou outras frutas muito bem adaptadas por aqui, como bergamota, café Bourbon entre outras frutas que virão. Somos igualmente empolgados por elas, que além da exímia qualidade engarrafada, com gestão e visão de negócio as exportamos para outros países. Com a mesma vontade fizemos ela colaborativamente na Argentina e recebemos outras cervejarias, inclusive estrangeiras, para compartilhar sua metodologia de criação.
Catharina Sour é do Brasil, é dos brasileiros... nem é tão mais assim. Catharina Sour é cerveja, e pronto.
Um website foi criado para ajudar a compreender melhor este novo estilo, produzi-lo e encontrá-lo no endereço www.catharinasour.com.br.
Quando alguém, gringo ou não, nos perguntar: qual a nossa cerveja? Resposta certa e imediata será Catharina Sour.
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